Veja como o Museu está atualmente.

O solar conhecido historicamente como “Casa Padre Toledo” marca um dos relevantes bens culturais construídos ao longo do século XVIII, em Tiradentes – a antiga Vila de São José del-Rei, então pertencente à Comarca do Rio das Mortes. Expoente da arquitetura civil do período florescente da exploração mineral na região, a edificação congrega limiares de espaços e tempos de grande relevância social, política e cultural. Até 1789, a casa atraiu grande parte das atenções da região, quando nela residiu, por 12 anos, o Inconfidente Padre Toledo. A presença do pároco, senhor de grandes posses e ativista político, marcou este solar que testemunhou reuniões e encontros entre vários personagens ilustres do período.

O inconfidente Padre Toledo nasceu em Taubaté, em 1730, capitania de São Paulo, de onde no século anterior haviam partido tantas entradas e bandeiras, atravessando a Mantiqueira em busca das minas. Era vigário colado da Matriz de Santo Antônio desde 1777, e presbítero do hábito de São Pedro. Tinha 59 anos quando foi preso, em 1789, atravessando a Serra de São José. Foi acusado pelo Acórdão da Alçada de convidar para a conjuração o seu irmão, Luís Vaz de Toledo Pisa, sargento-mor da Cavalaria Auxiliar de São João del-Rei, e declarou nos autos da devassa a sua participação nela. Expatriado para Portugal, permaneceu inicialmente encerrado na Fortaleza de São Julião, até ser transferido para uma prisão eclesiástica em Lisboa, onde veio a falecer.

De acordo com os autos da devassa, no sequestro dos bens do Vigário Carlos Correia de Toledo e Melo encontram-se: três dúzias de pratos finos, uma dúzia de xícaras e pires e três bules, todos de louça da índia; doze copos de vidro; duas terrinas de louça de Lisboa; além de outros artefatos. De gosto sofisticado, Padre Toledo possuía muitos móveis pintados, como estantes, catre com cabeceira dourada, além da policromia. Nos sobrecéus das camas, no encosto das cadeiras e nos canapés e almofadas de portas havia damasco carmesim. Homem culto e liberal, tendo sucedido na casa ao também inconfidente e letrado cônego Luiz Vieira da Silva, o Padre Toledo vivia com o requinte que a riqueza das Minas possibilitava a pessoas do seu estado e posição.

A sua casa, erguida no século XVIII, é na realidade um solar de andar único, com pequeno torreão de construção posterior. O refinamento do edifício é comparável às habitações nobres de Portugal e a algumas sacristias de igrejas do século XVIII. Um de seus aspectos mais sofisticados é o conjunto de forros, quase todos em gamela, e pintados, coisa rara nas residências particulares da época. O volume de trabalho é notável, já que as pinturas estão presentes em nove das quinze salas e aplicadas com diversas estratégias artísticas de composição. Vestígios de pintura indicam decoração original nas paredes.

O Museu pertence à Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade e hoje integra o projeto do Campus Cultural UFMG em Tiradentes, vinculado à Diretoria de Ação Cultural. Sob os cuidados da Fundação e da Universidade, a casa passou por um complexo processo de restauração arquitetônica e de seus elementos artísticos. O projeto expográfico atual busca valorizar a arquitetura do solar e os seus possíveis usos no século XVIII, além de apresentar uma coleção de objetos pertencentes à cultura artística brasileira.

O Setor de Ação Educativa do museu oferece visitas mediadas direcionadas tanto ao público espontâneo quanto ao agendado. O agendamento para grupos e escolas pode ser feito através do email: educativomcpt@gmail.com

Endereço: Rua Padre Toledo, 190 – Centro – Tiradentes – MG – CEP 36325-000 – Telefone: (32) 3355-1549

Horário de funcionamento: de terça a sexta, de 10h às 17h; sábado, de 10h às 16h30; domingo, de 9h às 15h (com fechamento da bilheteria sempre 30 minutos antes).